O uso do Building Information Modeling (BIM) já transformou o setor da construção e da engenharia nos últimos anos. Em 2025, as expectativas são ainda mais promissoras — com inovações que vão além do 3D e alcançam áreas como Inteligência Artificial, Sustentabilidade, Gêmeos Digitais e Governança de Dados. Neste artigo, vamos explorar as principais tendências do BIM para 2025 e como elas impactam engenheiros, arquitetos e projetistas em todo o Brasil.
De CAD ao BIM: uma evolução inevitável
Antes de falarmos sobre o futuro, vale lembrar a jornada: o desenho técnico 2D (CAD) foi por muito tempo o padrão da indústria. Com o tempo, ele deu lugar ao BIM — um modelo integrado que permite visualizar, simular e gerenciar todas as fases de um projeto.
Resumo:
- CAD foca em representação gráfica
- BIM agrega dados e inteligência ao modelo
- A transição é impulsionada por ganhos em eficiência, previsibilidade e redução de custos
O papel da regulamentação no Brasil
O Brasil tem avançado gradualmente na obrigatoriedade do uso do BIM. Desde 2021, o Governo Federal vem publicando decretos que tornam o uso da metodologia progressivamente obrigatório em projetos públicos. Além disso, a norma ABNT NBR ISO 19650, que trata da organização da informação em projetos BIM, vem ganhando espaço em licitações e execuções de obras públicas e privadas.
Resumo:
- Uso do BIM vem se tornando obrigatório para atendimento a norma 14133
- ISO 19650 define diretrizes para gestão da informação
- Normas internacionais e padrões como IFC (Industry Foundation Classes) ganham força na interoperabilidade entre softwares
Tendência 1: Integração com Inteligência Artificial (IA)
Com a chegada de assistentes baseados em IA — como o novo recurso AI Assistant do Adobe Acrobat — o BIM se fortalece ao permitir análises preditivas, automação de tarefas repetitivas e detecção antecipada de conflitos.
Resumo:
- IA permite prever problemas antes da execução
- Automatiza modelagem e verificação
- Acelera análises de viabilidade
Tendência 2: Sustentabilidade e análise de ciclo de vida no BIM
A sustentabilidade passa a ser parte essencial da modelagem. O uso de ferramentas BIM como o Autodesk Docs permite acompanhar todo o ciclo de vida da edificação, desde o projeto até a operação, considerando critérios como eficiência energética, emissões de carbono e descarte de materiais. Segundo o relatório State of Design & Make 2025 – Americas Region da Autodesk, 39% das empresas já utilizam Inteligência Artificial para promover práticas mais sustentáveis.
Resumo:
- BIM permite simulações ambientais e energéticas
- Viabiliza decisões baseadas em impactos ambientais
- Acompanha o ciclo de vida completo do ativo
Tendência 3: Interoperabilidade e Digital Twin
Com o avanço de padrões abertos como o IFC, a interoperabilidade entre plataformas (como Revit, ArchiCAD e SketchUp) se torna realidade. Isso viabiliza o uso de Digital Twins — gêmeos digitais que replicam o comportamento real de ativos construídos, em tempo real, promovendo uma gestão inteligente e responsiva.
Resumo:
- IFC garante que dados BIM possam transitar entre softwares
- Gêmeos digitais integram dados em tempo real
- Otimiza manutenção, operação e planejamento futuro
Tendência 4: Ambientes Comuns de Dados (CDE)
O uso do Common Data Environment (CDE), previsto pela ISO 19650, centraliza toda a informação do projeto em um ambiente único e acessível. Plataformas como o Autodesk Docs garantem controle de versão, rastreabilidade e colaboração entre equipes multidisciplinares.
Resumo:
- CDE centraliza dados e documentos do projeto
- Facilita comunicação e rastreabilidade
- Reduz erros e retrabalhos
Tendência 5: Adoção crescente e desafios regionais
A adoção do BIM varia pelo mundo. Enquanto países como Reino Unido e Noruega lideram com políticas robustas, o Brasil segue evoluindo. Abaixo, um gráfico comparativo que ilustra o nível de adoção em diferentes regiões (com base nos dados da McGraw Hill SmartMarket Report e ABDI):
Conclusão: O que vem por aí
O BIM está cada vez mais conectado à realidade digital das empresas — e o futuro reserva ainda mais integração com IoT, Realidade Aumentada, IA e modelagem preditiva. A tendência é clara: quem não se adaptar, ficará para trás.
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